“Criação”
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NOVEMBRO | SEXTA-FEIRA | 21H30 | M/16 | 70’
AUDITÓRIO FERNANDO LOPES-GRAÇA
©José Balbino |
Autor Sarah Adamopoulos a partir de um processo em criação coletiva
Direção e encenação Joana Sabala
Texto e Dramaturgia
Sarah Adamopoulos (a partir de ideias e processos em
criação coletiva).
Com Afonso Pinto, Ana Rita Ferreira, Carolina Vargas,
Clara Simões, Daniela Monteiro, Francisca Paiva, Francisca Silva, Hélder Silva,
Íris Pitacas, Joana Antunes, João Monteiro e Madalena Raimundo.
Desenho
de luz
Tasso Adampoulos
Cenografia Catarina Pé-Curto
Design
gráfico e ilustrações
Alice Prestes
Apoio
trabalho de corpo:
Mestre Pedro Ferreira (cinto negro em Krav Maga)
Uma
produção
do Teatro de Areia – Associação Cultural o Mundo do Espetáculo
Apoio Câmara Municipal de
Almada
Agradecimentos Casa Municipal da
Juventude de Cacilhas – Ponto de Encontro e Teatro Extremo
A família: coração profanado da
sociedade, apesar de sempiternamente sacralizado, como se não fosse o palco das
primeiras relações de poder e dos primeiros horrores. Núcleo doente, por
melhor, mais “normal”, mais são que pareça. Foi este o tema que quisemos
trabalhar, partindo da experiência e da memória (ou das suas representações) do
que é ser irmão. Muito depressa vimos a palavra fraternidade, tão virtuosa, a desaparecer, engolida por toda a
sorte de sentimentos menos nobres, logo abafados pela culpa. Teatro societal,
Criação revisita tempos e problemas que persistem, não sem trágico mistério,
nas famílias atuais, e põe em cena a pedofilia, tantas vezes exercida no seio
da família, ou na sua proximidade, com o consentimento calado de todos. O lugar
que devia cuidar e proteger, agride e abusa, expondo a miséria moral que se
oculta nas traseiras das casas, promiscuamente contíguas a outras casas, ao
lado das couves e das galinhas. Uma criação sem pinças.
SOBRE O
GRUPO
ACTOS URBANOS, criado e dirigido por Joana Sabala, é um projeto de
teatro comunitário e de formação teatral sediado em Almada, aberto à população
em geral, que constrói e produz espetáculos inovadores a partir de textos originais,
quase sempre concebidos em criação coletiva (habitualmente em colaboração com a
dramaturgista Sarah Adamopoulos). Valorizando as vivências quotidianas da
urbanidade e transpondo-as de forma crítica para o processo de construção
teatral, recorre a abordagens estéticas contemporâneas que se enquadram nas
chamadas linguagens meta-teatrais e performativas. Focando-se no próprio
processo, confere atenção particular às perspetivas criativas olhadas do ponto
de vista das ciências sociais e humanas. Reunindo grupos heterogéneos,
constituídos por pessoas com ou sem experiência prévia em teatro, assume desde
o início um programa que se coaduna com a natureza imponderável de um grupo
cuja composição se altera de ano para ano.