A CHUVA
a partir de “Estava em Casa e Esperava que a Chuva Viesse”
de Jean-Luc Lagarce
19 Fev 2010, Sex. 21h30
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas
M/10
Tradução: Alexandra Moreira da Silva; Encenação: Laurinda Chiunge; Intérpretes: Ana Mota Ferreira, Helena Veloso e Tânia Leonardo; Dramaturgia: Laurinda Chiunge, Rui Teigão, Teatro ABC.PI; Figurinos: Sofia Raposo; Grafismo: SHAIKE; Luz e Operção de Luz: André Almeida; Som: Sancho Ferreira; Cenografia: Barros Gomes; Coreografia: Teatro ABC.PI; Produção Executiva: Laurinda Chiunge e Miriam Vieira.
Três mulheres, jovens mulheres, três irmãs entre a vida e a morte.
Paradas em si próprias, numa luta interior com a existência, procuram sobreviver àqueles que morrem ou se deixam morrer. Elas resistem e revelam-se enquanto a vida acontece. Desprendendo-se pouco a pouco dos laços passados, presentes e até mesmo futuros pela antecipação destes, vivem o impasse de uma resolução face à situação em que se encontram.
A vontade de viver e de alcançar os sonhos mais profundos tece a comunicação. O lugar da palavra revela a intimidade pura das suas humanidades presentes e presentificadas, em busca da felicidade. Através da partilha, de uma intimidade partilhada, a cena evolui e com isso o momento de decidir.
Entre “teias”, meandros, labirintos do ser ou não ser, as força das relações irrompem. De dentro para fora, vagueando entre o interior e o exterior, bailamos sedutoramente entre as palavras e o que elas trazem e nos fazem viver. E, através da arte do teatro enquanto arte total, construímos novos sentidos para o viver.
Esta vivência íntima e partilhada parte do silêncio e ao silêncio torna. No entremeio, numa fracção de segundo talvez, encontramo-nos Nós, face a face, (re)aprendendo um pouco melhor talvez... a riqueza da complexidade da vida que (re)clama ser simples, e que abre ao entendimento da condição humana, e da dádiva do amor.