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21ª Mostra de Teatro de Almada / 2017

Oficina de Teatro e Almada
SOLILÓQUIO DE UMA ACTRIZ
8 NOVEMBRO | QUARTA | 21H30 | M/12 | 60’
TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE – SALA experimental

foto@Mário Marnoto
Solilóquio de uma actriz; solilóquio para uma actriz – de um título de um poema integrando uma série que abordava a preparação dos actores, principalmente a mulher de Bertolt Brecht, Helen Weigel, nos camarins e bastidores, acabou por constituir uma selecção de poemas e canções do pobre B. B., com base nos «Hauspostille», de 1927, que adoptavam a forma das baladas populares (algumas delas violentas, como a da infanticida Maria Farrar), na poesia do exílio, feroz no seu ódio e ternura, com ecos de pregões de rua e palavras de ordem gritadas em manifestações, a maior parte dela introduzida clandestinamente na Alemanha nazi, e também na significativa influência da cultura chinesa na obra Brechtiana, em particular o poeta Po-Chu-Yi.
Na forma épica de teatro que Brecht defendia e teorizou, «o espectador é colocado diante de alguma coisa» em que «cada cena vale por si» numa «construção articulada» onde, em linguagem de signos, os gestos, recortados, decompostos, evidenciados, são opções e se sucedem as transformações realizadas à vista dos espectadores; perante o olhar que se pretende não alienado do público, neste solilóquio desfilam personagens femininas: a actriz, a prostituta, a mãe, a viúva de guerra, a agitadora política, a velha astuciosa em desamparo… E estas personagens narram. Contam de si e dos outros já que «o ser social determina o pensamento». O disfarce revela os sinais profundos do que dantes era mascarado. A quem aqui representa é lançado um apelo: mostrai que mostrais!
Bernard Dort observava lucidamente, num ensaio sobre a dramaturgia brechtiana, que «cabe ao espectador reflectir e agir fora do teatro. A verdade não está no palco nem na sala de espectáculos mas na vida real. O teatro remete o espectador à sua realidade. Cabe a nós compreendê-la e, se possível, transformá-la. Semelhante tarefa não cabe ao teatro. Que ele se contente, por seus próprios meios, em nos afirmar a necessidade: já será muito».
E é por isso que, tal como a Shen-Té da «Boa Alma de Tsé-Chuan», a actriz aqui termina com uma interpelação ao público, desafio directo que lhe é lançado olhos nos olhos: nestes tristes, escuros e angustiantes tempos, há-de haver alguma solução. Tem de haver! Precisa de haver!...

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autor: Bertolt Brecht
Dramaturgia: José Carlos Faria e Isabel Leitão
Figurino: José Carlos Faria
Direção de Actores: Fernando Rebelo
Encenação e Interpretação: Isabel Leitão
Produção: Oficina de Teatro de Almada

20ª Mostra de Teatro de Almada / 2016

OFICINA DE TEATRO DE ALMADA
ABRIGO? POIS...”
ESTREIA
11 NOVEMBRO | SEXTA | 22H30 | M/12 | 50’
TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO

fotografia©Luís Aniceto/Vítor Cid
De dinheiro velho não nascem coisas novas.
Se isto não é um ditado ou provérbio ou adágio popular, devia ser.
(Sirva o introito de metáfora para estes tempos ou para os que venham…)
É o espectáculo possível nas circunstâncias presentes: apenas a vontade de continuar a produzir espectáculos de teatro e a dar-lhes sentido: apresentá-los, e que haja quem venha vê-los.
Este espectáculo é a reposição renovada de “Abrigo temporário”, apresentado em 2005.
Continuamos com o mesmo pressentimento: o mundo é um lugar cheio de perigos.
Por vezes, a realidade assusta-nos, irrita-nos, provoca-nos uma terrível ansiedade e uma vontade imensa de nos refugiarmos num invólucro qualquer.
Teimosamente, porém, combatemos os nossos medos.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autor: Fernando Rebelo, a partir de textos de Mário-Henrique Leiria, David Lodge, Anton Tchekov, Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga e Anna Hatherly Encenação: Fernando Rebelo e Isabel Leitão | Concepção cenográfica e técnica: Élio Antunes

O.T.A. - OFICINA DE TEATRO DE ALMADA


VAI PIOR? NÃO, VAI MILLOR! ESTREIA
DE FERNANDO REBELO A PARTIR DE TEXTOS DE MILLÔR FERNANDES
19 DE NOVEMBRO , SEGUNDA-FEIRA, ÀS 21H30
SALÃO DE FESTAS DA INCRIVEL ALMADENSE
M/12

Encenação Fernando Rebelo
Dramaturgia Fernando Rebelo
Figurinos Alice Rolo
Fotografia OTA
Grafismo Nuno Quá
Desenho e Operação de Luz Élio Antunes
Desenho e Operação de Som Patricia Vieira
Cenografia Élio Antunes
Produção Executiva OTA
Interpretação Ana Califórnia, Carla Silva, Fátima Borges, Fernando Rebelo, Pedro Bernardino

“Quando tudo à nossa volta parece desmoronar-se, o Millor é sair dali, pode mesmo ser um terramoto.
Quando há promessas que ficam por cumprir, o Millor é fazer de conta que as mesmas se cumpriram, o pior cego é aquele que quer ver!
Quando as nossas bocas se fecham, o Millor é mudar de pasta dentífrica.
Aviso: A assistência a este espetáculo não garante aos espectadores qualquer equivalência a qualquer licenciatura universitária...mas achamos que é Millor tentar.” OTA

SOBRE O GRUPO
A O.T.A nasce a 24 de Setembro de 1991. Desde esse ano que está presente na cena Teatral Almadense e é também no seu primeiro ano de existência que recebe uma menção honrosa no Festival de Teatro Amador da Área Metropolitana de Lisboa com a peça Era uma vez um dragão de António Manuel Couto Viana, Encenação de José Maria, c/ Sérgio Prieto, Telmo Santos, José Plácido e Fernando Rebelo. Seguem – se vários trabalhos como Os Grandes Sucessos de Shakespeare, A Verdadeira História de Andreia Belchior, Zvizaré, este último dirigido ao público infantil, Abrigo Temporário, Paixões Veniais, Calígula, Cachorros Especiais. Para além de cursos de iniciação teatral, fez 2 co-produções com o grupo Mandrágora, 1 co-produção com O Grito e um recital de poesia satírica.

Oficina de Teatro de Almada

CACHORROS ESPECIAIS
de Fernando Rebelo M/16 ESTREIA
14 Abril 2011, quinta 21h30
Teatro Extremo


Encenação Alexandra Sargento Intérpretes Fernando Rebelo e Pedro Bernardino Figurinos Alice Rolo Fotografia e Grafismo Nuno Quá Luz e Operação Luz Mário Afonso Operação de Som Mário Afonso e Patrícia Vieira Cenografia OTA Produção Executiva OTA

Pedimos emprestadas as palavras de um Prémio Nobel: o senhor Dario Fo. Desde já, aqui lhe enviamos o nosso bem-haja!

«Hoje, os meios de comunicação de massas funcionam como uma britadeira. São rolos compressores brutais que, por meio de uma avalanche de tele-sorteios, espectáculos de efeitos especiais, girândolas, sons de tiroteios, nos deixam aturdidos e desnorteados. Desenvolvem uma agitação sem harmonia. A imaginação capaz de criar movimentos coreográficos é substituída pela imaginação produtora de uma gestualidade epiléptica, desconexa e obsessiva. Como afirma um amigo poeta: “Os rapazes e as raparigas parecem flores murchas em hastes sem raízes”. Festejar é uma arte, não basta a vontade de fazer uma festa. (...) Cada cultura tem o teatro que merece. (...) Para cada um, o mais importante é ganhar os prémios de estímulo e as devoluções fiscais, não aborrecer os burocratas do ministério ou os encarregados dos partidos no poder, auferir uma boa verba e não revolver o pântano. Tudo isso para que haja uma unanimidade em defini-lo como uma pessoa de teatro inofensiva. Amén!»

A Oficina de Teatro de Almada (OTA) surgiu em 1992/93 da vontade de um conjunto de pessoas que se juntou a partir de diferentes vivências teatrais. Com a garantia de um espaço de acolhimento, a Sociedade Recreativa União Pragalense, com a ideia de arrancar com um grupo de teatro preocupado, em primeiro lugar, com a formação e iniciação teatrais e, em simultâneo, com a produção e apresentação de espectáculos de forma regular e em moldes que fossem ultrapassando gradualmente a de um colectivo de amadores teatrais – tais eram e continuam a ser os desígnios que norteiam a OTA.