MTA: A Casa de Bernarda Alba, pelo'O Grito

A Casa de Bernarda Alba, pelo'O Grito

A CASA DE BERNARDA ALBA
de Federico García Lorca
25 Fev 2010, Qui. 21h30
Auditório Fernando Lopes-Graça
M/12

Tradução: O Grito;
Encenação: Anabela Neves; Intérpretes: Ana Califórnia, Ana Rodrigues, Carla Silva, Edna Rosa, Jeff Oliveira, Marta Valente, Pedro Bernardino, Rui Arcílio, Rúben Lima, Susana Rodrigues Figuração Especial: Glória Santos, Jane Vieccelli, Lúcia Carvalho, Mila Rana, Xana Lourenço; Coro: José Borralho, Daniel Marina, Francisco Sargento, Joaquim Avó, Adelino Pinto, Luís Moisão; Dramaturgia: Anabela Neves; Figurinos: Anabela Neves, São – Loja dos Farrapos; Fotografia: Mafalda; Grafismo: Jorge Xavier e Carlos João; Ambientes Cénicos e Operação de Luz: Jorge Xavier; Sonoplastia e Operação de Som: Carlos João, Gonçalo Silva, Gonçalo França; Caracterização: Graça Neves; Produção executiva: Pedro Bernardino, Susana Rodrigues.

Depois da morte de seu marido, Bernarda Alba impõe às suas cinco filhas, como luto, uma longa e rigorosa reclusão. Trata-se de uma tradição levada a extremos.

Os conflitos, as forças, as paixões engrandecem-se, desenvolvem-se até à exasperação. Catalisador das forças encerradas na casa será a figura de Pepe Romano, noivo de Angústias, a filha mais velha, e objecto da paixão e desejo de Adela e Martírio, desencadeando-se assim uma disputa cruel e perigosa para conquistarem o amor desse homem com consequências trágicas.

É neste contexto que García Lorca nos transporta para um tema intemporal, onde a exigência dos padrões sociais fala sempre mais alto do que a natureza humana, na sua face mais bondosa e nos catapultam para o sofrimento do quotidiano, aqui levado até ao limite.

Vemo-nos assim perante a eterna dualidade entre os padrões sociais e morais e a liberdade individual, num quadro em que a pressão da sociedade sobre o indivíduo, seja sob a forma da moral ou sob a forma dos costumes, pode conduzir, no limite, à tragédia, já não individual, mas social.

O tema é intemporal: nega-se a individualidade nas suas diferenças que constituem o colorido do todo social, para ajustar cada individuo a um padrão rigoroso, onde o sucesso tem malhas apertadas de beleza, de moda, etc., onde a exclusão social ganha quase sempre.