MTA

Velocidade Máxima



Murmuriu apresenta:

VELOCIDADE MÁXIMA de John Romão
7 Fev 2010, Dom. 21h30
Auditório Fernando Lopes-Graça

M/18

Concepção e direcção: John Romão; Dramaturgia: Mickael de Oliveira; Interpretação: John Romão e André, Leandro e Luís (três prostitutos brasileiros residentes em Lisboa); Pianista: Cláudia Teixeira; Espaço cénico: Diego Beyró e John Romão; Colaboração coreográfica: Elena Córdoba; Desenho de luz: Daniel Worm D’Assunção; Vídeo: Carlos Conceição; Design de projecções: Bruno Moreira Dias; Construção de máscaras: Cecília Sousa; Assistência de direcção: Neto Portela; Acompanhamento crítico: Paulo Raposo; Co-produção: Festival Citemor, La Laboral, Murmuriu, Penetrarte, ZDB.

Apoio: Câmara Municipal de Almada – Linha de Apoio 2009
Espectáculo financiado pelo Ministério da Cultura - Direcção Geral das Artes.


Velocidade Máxima destaca-se pelo seu conteúdo polémico e pela razão temática da sua existência no palco. O espectáculo tem como génese a vídeo-instalação "Voracidade Máxima" dos artistas Dias & Riedweg, objecto que coloca em evidência a problemática das identidades íntegras e integradas, o que existe nos hotéis ou nos apartamentos de luxo dos grandes centros urbanos, através do testemunho de prostitutos provenientes da América Latina.

Velocidade Máxima pretende abordar, por um lado, as identidades transnacionais, a prostituição masculina e a relação entre sexualidade/economia, e por outro, o papel do artista no mercado da arte. No espectáculo, estão em cena um actor/encenador (John Romão) e três prostitutos brasileiros residentes em Lisboa. Aquilo que existe em comum entre os quatro intérpretes é o rosto: os “garotos de programa” transportam uma máscara com o modelo da cara do actor/encenador. A máscara ora protege ora permite que todos estejam ao mesmo nível, reforçando a necessidade de se esconder a cara como um instrumento para falar do próprio sentido de Identidade e de Poder.

O Avarento

Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria (GITT) apresenta:

O AVARENTO de Molière
6 Fev 2010, Sáb. 21h30
Auditório Fernando Lopes-Graça

M/12

Tradução: António Couto Viana; Encenação: Carlos Alfredo Amaral; Intérpretes: Miguel Guru, Rita Miranda, João Brás, Carla Silva Nogueira, Luís Lopes, Pedro Bernardino, Ana Rodrigues, Ana Califórnia, Jefferson Oliveira, Carlos Alfredo Amaral; Dramaturgia: Carlos Alfredo Amaral; Luz: Vítor Azevedo; Operação de Luz e Operação de Som: Alexandre; Som e Música: Carla Silva Nogueira; Cenografia: Vítor Mioma; Figurinos, Fotografia, Grafismo, Coreografia e Produção Executiva: GITT.

Encenamos a comédia O Avarento, de Molière, que ridiculariza o carácter da personagem do rico e forreta Harpagão. Cenograficamente vamos alterando a disposição de várias arcas em cada acto. A trama desenvolve-se em cinco actos, centrados no âmbito das questões familiares suscitadas pela avareza de Harpagão, o qual valoriza mais a economia do que as relações humanas com os filhos, e com os outros em geral. No fim ele recebe uma lição da vida, pois vê a sua fortuna “roubada”. E ainda lamenta não casar com Mariana, que seu filho Cleanto desposará; enquanto Valério, que se introduzira como chefe dos criados na sua morada, acaba por cumprir o propósito de casar com a filha do avaro. Deste modo ela escapa ao matrimónio de conveniência com o rico e idoso Anselmo – vindo-se a descobrir que este é o pai do próprio Valério e da Mariana. No fim tudo se compõe e acaba bem, apesar de não se constatar a mudança total no carácter de Harpagão.

Molière tem uma concepção lúcida e irónica sobre a natureza humana, estigmatiza os vícios sem ignorar as qualidades potenciais e os efeitos benéficos do amor. N’O Avarento faz-se o retrato crítico de Harpagão, manifestando a obsessão deste pelo dinheiro, quer se trate de discutir um casamento, de oferecer uma reparação, ou de visitar a querida arca. Harpagão vai denunciando a sua má fé, orientando constantemente o seu propósito para si mesmo, ou para a sua obsessão, excluindo do discurso os interlocutores a quem se dirige. Deste modo, Molière evita criar uma relação simbólica entre eles, como se tratasse de um diálogo entre crianças. De forma cómica, portanto, o autor desmascara as personagens, mostrando a sua autenticidade interior. Moral da história: devemos evitar que a riqueza e o dinheiro interfiram nos relacionamentos humanos e que as ambições ceguem os nossos valores espirituais e morais.
(Carlos Alfredo Amaral)