MTA: outubro 2015

19 ESPETÁCULOS E 19 GRUPOS NA 19ª MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA

Em Novembro, Almada é palco de mais uma Mostra de Teatro. O número 19 marca esta nova edição: 19 espetáculos e 19 grupos de teatro locais na 19ª Mostra de Teatro de Almada.

Este ano ocorre de 12 a 29 de Novembro em 12 salas que ultrapassam as fronteiras da cidade e expandem-se à Trafaria e à Costa da Caparica, sejam estas em equipamentos municipais, como o Teatro-Estúdio António Assunção, o Teatro Municipal Joaquim Benite, o Auditório Fernando Lopes-Graça, a Casa da Cerca e o Solar dos Zagallos, em espaços de associações e coletividades como o Cineteatro da Academia Almadense, a Incrível Almadense, o Auditório Pluricoop da Associação Cultural Manuel da Fonseca, Recreios Desportivos da Trafaria e Auditório Costa da Caparica da Gandaia, ou outros como a extinta Escola Primária Conde Ferreira.

Nesta edição, a tónica é uma programação multifacetada que compreende espetáculos, 10 dos quais em estreia, textos inéditos e de autores muito variados, espaços de debate e formação e exposições.

A repressão, a vigarice, a inclusão, o sentido da vida, a humanidade, a ciência e a matemática são alguns dos temas do programa de espetáculos que inclui comédia, drama, clown, musical e o multidisciplinar, em criações próprias ou coletivas, de autores lusófonos como Eça de Queirós, Herberto Helder, Millôr Fernandes e Mia Couto, e da literatura e dramaturgia internacional clássica e contemporânea como Aristófanes, Anton Tchekhov, Blaise Cendrars, Elfriede Jelinek, José Cedena, Rafael Mendizábal e Edwin Abbott, e o compositor Charles Strouse.

Para além dos espetáculos, a Mostra continua a promover espaços de encontro e partilha entre artistas e público. Este ano, prosseguindo a colaboração com o Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da FCT/UNL, realiza-se um ciclo de três tertúlias dedicadas a diferentes perspetivas sobre o teatro na sua relação com a pedagogia, a ciência e o arquivo. Na formação, as propostas são o workshop “Construção do Personagem” de Yolanda Alves e uma ação de sensibilização de combate à exclusão com o Prof. Dr. Ricardo Borges Rodrigues do ISCTE. Duas exposições estarão patentes ao público: a exposição documental “O Grito: 20 anos de Teatro” alusiva ao percurso deste coletivo e “Twisted Swan”, em complemento ao espetáculo homónimo do Ninho de Víboras. No decorrer das três semanas desta edição, o público e os artistas da Mostra são convidados a marcar encontro no café-teatro do Teatro-Estúdio António Assunção e a acompanhar a programação aos sábados, após os espetáculos.

A Mostra de Teatro de Almada é um evento exclusivo que se distingue ao nível nacional pela singularidade de ser organizado anualmente pela Câmara Municipal de Almada em conjunto com os Grupos de Teatro que desenvolvem a sua atividade em Almada, sejam eles de carácter amador ou profissional: O Grito, Teatro Extremo, Cénico da Incrível Almadense, GITT - Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria, Produções Acidentais, Crème de la Crème, Marina Nabais - Dança Associação Cultural, Ninho de Víboras, Actos Urbanos/Teatro de Areia e Teatro & Teatro do Mundo do Espectáculo, Grupo de Teatro Musical e Grupo de Teatro da Academia Almadense, Grupo de Teatro da Associação Cultural Manuel da Fonseca, Teatro ABC.PI, Alpha Teatro, Artes e Engenhos, NNT - Novo Núcleo de Teatro, Teatro na Gandaia e Teatro de Papel.



19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

MOSTRA.FORMAÇÃO

A Mostra de Teatro de Almada empenha-se novamente na formação dos seus intervenientes e do público. Nesta edição, propomos o workshop “Construção do Personagem” de Yolanda Alves e a participação na ação de sensibilização de combate à exclusão com o Prof. Dr. Ricardo Borges Rodrigues do ISCTE.

WORKSHOP “CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM
14 E 15 NOVEMBRO | SÁBADO E DOMINGO | 15H00-18h00 | M/16 | 360’
SOLAR DOS ZAGALLOS
FORMADOR: YOLANDA ALVES / ORGANIZAÇÃO TEATRO DE PAPEL
DESTINATÁRIOS: ATORES, ENCENADORES E PÚBLICO EM GERAL

Um personagem bem construído é fundamental para o funcionamento de uma história, para o sucesso de um espetáculo de teatro ou cinema. Um ator deve saber criar personagens marcantes que consigam provocar na audiência as emoções desejadas, sejam elas de atração ou de repulsa, amor ou ódio, preocupação ou indiferença. Não se pode vestir um personagem da mesma maneira que se veste um figurino. A construção do personagem é um processo a maior parte das vezes bastante complexo.
Esta proposta de formação é simultaneamente um desafio que inclui exercícios de concentração, práticas corporais e vocais, e visa encontrar mecanismos internos e externos que levem o ator a um estado de total disponibilidade criativa, que lhe possibilitem a descoberta e a codificação de ações que constituirão um personagem.


FORMAÇÃO ARTE E INTERVENÇÃO: AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO
É DE PEQUENINO QUE SE TORCE O RACISMO?... E OUTROS “ISMOS”?
21 NOVEMBRO | SÁBADO | 10H30-13h00 | M/16 | 180’
CASA DA CERCA
FORMADOR: RICARDO BORGES RODRIGUES / ORGANIZAÇÃO TEATRO ABC.PI
DESTINATÁRIOS: AGENTES DE EDUCAÇÃO E CULTURA, PÚBLICO EM GERAL

Nesta ação de sensibilização pretende-se refletir sobre o desenvolvimento dos processos de estigmatização social na infância nas suas múltiplas dimensões, designadamente, de etnia, género, idade e condição social. A partir de investigação nacional e internacional conduzida com grupos de crianças em idade escolar, aborda-se a questão da origem, formação, socialização e expressão/ocultação do preconceito na infância. Apresenta-se e discute-se, ainda, o estado-da-arte da intervenção e das medidas para a igualdade e combate à exclusão social em contexto educativo. Esta ação de sensibilização liga-se e explora sinergias com o espetáculo dramatúrgico “Contos Negros para os filhos dos brancos, a partir de Blaise Cendrars, pelo Teatro ABC.PI, e dirige-se a famílias, educadores, professores, jovens, a todos/as aqueles/as que na comunidade se interrogam sobre as origens dos fenómenos de exclusão social e sobre o seu impacto na saúde e no bem-estar das crianças.
Ricardo Borges Rodrigues concluiu o Doutoramento em Psicologia Social e das Organizações - ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa em 2012. É Professor Auxiliar nesta instituição. Atua na área das Ciências Sociais e ênfase em Psicologia, com trabalhos de investigação sobre relações sociais entre grupos, racismo, idadismo e construção social da pobreza, focando a análise destes fenómenos em crianças e jovens. Sobre esta temática tem publicado vários artigos científicos e capítulos de livro nacionais e internacionais, como autor e co-autor. Na busca e contextualização da sua produção científica, tecnológica e artístico-cultural são frequentes termos como: anti-racism norm, desenvolvimento do preconceito, ingroup-loyalty norm, intergroup racial attitudes, redução do preconceito, relações inter-étnicas e anti-prejudice norm. Como formador colabora com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e com INDUCAR- Educação Não-Formal e Integração Social. Nos últimos anos tem desenvolvido vários trabalhos em contexto escolar, quer no desenvolvimento e dinamização de ações de sensibilização e formação para crianças, jovens e professores sobre diversidade e inclusão, quer no âmbito da consultoria a Agrupamentos de Escolas do sistema público de ensino no âmbito do Projeto TEIP3. Dirige atualmente o Mestrado em Psicologia das Relações Interculturais

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

MOSTRA.TERTÚLIA
15, 22, 29 NOVEMBRO | DOMINGOS | 17H
TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO

Este ano, prosseguindo a colaboração com o Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Mostra de Teatro de Almada propõe um ciclo de três tertúlias dedicadas a diferentes perspetivas sobre o teatro na sua relação com a pedagogia, a ciência e o arquivo. O objetivo é, justamente, estabelecer um momento de diálogo entre pessoas e práticas que, sendo aparentemente de universos distintos, têm o teatro como objeto comum de investigação. As sessões decorrem no foyer do Teatro António Assunção, nas tardes de domingo da Mostra, às 17h.
Organização: Artes e Engenhos - Associação Cultural e Ninho de Víboras

15 DE NOVEMBRO
TERTÚLIA POR CHRISTOPHER AURETTA
“Em torno das mandíbulas do quotidiano, as dores de dentes e as dores de parto: um manifesto dramático-pedagógico”

Há muito tempo que temos vindo a constatar os efeitos nocivos de uma pedagogia, hoje em dia generalizada, em que se impõe o mero reproduzir do saber (mediante a memorização obrigatória de factos em detrimento da autêntica compreensão, a industrialização da mente dos jovens por via de uma avaliação opressiva indiferente à curiosidade inerente ao ser humano, o desprezo da abundância imaterial-cognitiva que faz parte do metabolismo fundamental da nossa espécie). Esta reprodução privilegia as respostas sobre a atitude questionante; uma atitude passiva relativamente à busca apaixonada necessária para atingir novos estádios de consciencialização; uma incultura pedagógica que educa para a obsolescência, sobretudo, para a obsolescência da imaginação. Antonin Artaud escreve sobre “os direitos da imaginação” e sobre a criatividade que visa despertar no ser humano a consciência da vida como “espasmo”, “laceração” e “conflito perpétuo”, sendo a violência simbólica associada a este léxico teatral a via pela qual o ator (e, às tantas, a humanidade de que o ator é emissário e testemunha) se liberta dos condicionalismos impostos por fora e por dentro. No fim de tal libertação, acede-se ao território do humano situado “entre o sonho e o mundo concretizado”, i.e., uma experiência mais integrada do nosso lugar colectivo e pessoal no mundo e no cosmos. O encenador Peter Brook refere, por sua vez, a ideia de um “holy theatre”: “a means for self-study, self-exploration; a possibility of salvation”.
E se abordássemos a sala de aula como se se tratasse de uma espécie de palco? Se vivêssemos a relação entre docente e alunos como uma espécie de teatro vivo, uma paixão dialogante, um drama de parto em relação ao qual todos os intervenientes (docente e alunos) são os nascituros metafísicos, imaginativos e cognitivos?
Afirmamos que é bem possível. Com Antonin Artaud, Peter Brook, Eugénio Ionesco e breves fragmentos dramáticos da nossa autoria, pretende-se exemplificar uma pedagogia ao rubro, ao vivo e, por certo, nos antípodas da ditadura atual deste século conturbado.

Christopher Damien Auretta doutorou-se pela Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA. Lecciona no Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa onde organiza seminários em Pensamento Contemporâneo e na área de ciência e literatura, focando, sobretudo, exemplos da representação estética da modernidade técnico-científica. Tem publicado e/ou participado em colóquios debruçando-se sobre a obra de António Gedeão, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Machado de Assis, Primo Levi e Roald Hoffmann, bem como sobre questões relacionadas com a bioarte. Tem traduzido e publicado em inglês poesia de Fernando Pessoa e António Gedeão. Publicações recentes incluemDez Anos in Portugal, Ensaios, Prosa, PoesiaÁlvaro de Campos, Autobiografia de uma Odisseia ModernaDiário de Bordo, Aspectos do Pensamento ContemporâneoPequeno vade-mécum ad loca infecta: para docentes, estudantes e outros mártires (=testemunhas) da modernidade cansados mas ainda capazes de uma ténue esperançaEm torno do cinema, Visualizando a modernidade: narrativas e olhares do ecrã e Cem dias de soldão, Crónicas pedagógicas na Babel contemporânea, todas publicadas na Colibri.

22 DE NOVEMBRO
TERTÚLIA POR ANA CARNEIRO
"Oxigénio"

A ‘descoberta’ do oxigénio está indelevelmente associada ao nome de Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794), bem como à questão da prioridade na descoberta deste gás que disputou com Joseph Priestley (1733-1804) e Carl Scheele (1742-1786). É este o tema da peça "Oxigénio" da autoria de Carl Djerassi (1923-2015) e Roald Hoffmann (1937-).
Começando pelos autores, Djerassi é principalmente conhecido pelas suas contribuições para o desenvolvimento da pílula anticoncecional, mas também pelos seus romances e peças de teatro, sendo um colecionador de arte, especialmente de obras de Paul Klee. Roald Hoffmann é um químico teórico, galardoado com o Prémio Nobel da Química, em 1981, que compartilhou com Kenichi Fukui; dedicou-se também à escrita, com destaque para a poesia.
A intriga desta peça gira em torno Lavoisier, Priestley e Scheele e das respetivas mulheres. A ação decorre em dois tempos, 1777 e 2001, ano em que o comité Nobel, pretendendo atribuir um ‘retro-Nobel’, discute o conceito de descoberta científica.
Desde as contribuições científicas dos autores e suas implicações na sociedade do século XX, ao conteúdo da peça, não faltam motivos para troca de ideias: o papel e objetivos da ciência e de quem a pratica; a importância do estatuto social e dos meios disponíveis para a prática científica; a prioridade na descoberta e a construção de uma reputação; o papel das mulheres na ciência e na sociedade - até porque é com um diálogo entre três mulheres que a peça se inicia.

Ana Carneiro, professora de história das ciências na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Os seus trabalhos têm incidido, principalmente, sobre a história das ciências do século XIX e princípio do século XX, com especial destaque para a história da química e da geologia.

29 DE NOVEMBRO
TERTÚLIA POR ALEXANDRE CALADO
"Criação com traços de arquivo”


Que versão da história das artes cénicas guardo no meu corpo? Pode uma experiência performativa ser preservada? Porquê citar um espetáculo noutro? Morreu realmente o autor? A discussão partirá de espetáculos que trabalham no movimento entre arquivo e cena, para enfrentar estas questões. Procuraremos ver como fotografias e vídeos de espetáculos, assim como declarações de intenções dos artistas e textos de apreciação crítica, podem constituir materiais e estímulos para uma criação implicada criticamente. Daremos alguma atenção particular à história das artes cénicas em Portugal mas tomaremos exemplos da prática contemporânea mundial para consubstanciar os argumentos apresentados.

Alexandre Pieroni Calado. Nasceu em Lisboa, faz e investiga teatro. Atualmente trabalha num ciclo de projetos de investigação, criação e difusão teatral em torno de materiais de arquivo de encenações portuguesas do século vinte, no qual apresentou Woyzeck 1978 (2014), Quarteto (2013), Pregação (2012). Recentemente foi ator em Tartufo (2014), de Molière, encenado por Rogério de Carvalho, e assistente de encenação de Ivica Buljan, em Cais Oeste (2014). Licenciado em Teatro (ESTC/IPL, Lisboa 2007) e o Doutorado em Artes Cênicas (ECA/USP, São Paulo 2011), publicou artigos sobre crítica genética, processos formativos e presença, entre outros temas, em revistas e actas de congressos em Portugal e no Brasil.

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

MOSTRA.DEBATE
DEBATE DE INCLUSÃO SOCIAL
26 NOVEMBRO | QUINTA | 18H
CINETEATRO DA ACADEMIA ALMADENSE

Após a apresentação de DEUS JÁ FOI MULHER, o Alpha Teatro convida o público infanto juvenil, bem como todos os presentes e cidadãos do concelho de Almada, a participar numa conversa cujo tema central é a inclusão social, e que se inicia a partir da criação teatral.
Procurando analisar a inclusão de um modo prático e pertinente para o público infanto juvenil, através de diferentes olhares e vozes, tem como objetivos: a promoção da diversidade cultural, expondo a complexidade dos processos de inclusão, facilitando a identificação de possíveis interpretações que promovam o diálogo inter e multicultural; a discussão da pertinência quotidiana da multiculturalidade, inclusão social e os desafios ainda a enfrentar; a redução de assimetrias de acesso à cultura, promovendo um trabalho de proximidade com as comunidades e com temas que lhes sejam sensíveis.
Organização: Alpha Teatro

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

MOSTRA.PONTO DE ENCONTRO
ESPAÇO DE CONVÍVIO ENTRE PÚBLICO E ARTISTAS | 12 A 29 NOVEMBRO
ESPETÁCULOS | 14, 21, 28 NOVEMBRO | SÁBADOS | 23H30
TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO

O habitual espaço de convívio da Mostra este ano acontece no Teatro-Estúdio António Assunção, equipamento municipal situado na R. Conde Ferreira, requalificado pela Câmara Municipal de Almada para privilegiar a criação e apresentação pública de artistas e coletivos de Almada.
No decorrer das três semanas desta edição, o público e os artistas da Mostra são convidados a marcar encontro no café-teatro do Teatro António Assunção e a acompanhar a programação aos Sábados, após os espetáculos.

14 NOVEMBRO | SÁBADO | 23H30 | TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO
PROGRAMAÇÃO DE KARAS | AMORES DE GOMA-LACA | MÚSICA

Goma-Laca é o material que serviu de principal suporte para a disseminação da música durante o século XX. Dos finais do séc. XIX até à introdução do long-play em vinil (1948), os discos de goma-laca ("schellac" em inglês, ou "pizarra" em espanhol) fizeram da música uma indústria, e imortalizaram o que até aí fora efémero: o intérprete. As gravações que definiram o jazz, o fado, o rock'nroll, o flamenco, o samba, o son, o raï, tantas outras formas da música popular e, ainda, a música clássica, foram feitas em goma-laca. Seja por esses discos serem muito suscetíveis a danos ou simplesmente por que eram tocados com material incorreto, permanece atualmente a ideia de que toda a música anterior à década de 1960 era vagamente intuída por detrás de uma parede de ruído. Recorrendo a "instrumentos de época", Karas propõe uma sessão para escutar os sons que apaixonaram vidas anteriores às nossas.


21 NOVEMBRO | SÁBADO | 23H30 | TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO
PROGRAMAÇÃO DE JOÃO DACOSTA | MÚSICA

Momentos agradáveis e descontraídos esperam-se numa noite que conta com uma programação de João Dacosta, tal como nos tem garantido por onde tem passado, a exemplo do Parágrafo, Teatro Extremo e mais recentemente do café-teatro do Teatro-Estúdio António Assunção. 


28 NOVEMBRO | SÁBADO | 23H30 | TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO
PROGRMAÇÃO DE YOLANDA ALVES | POESIA

A Poesia marca, também, presença no Mostra.Ponto de Encontro, com uma programação de Yolanda Alves: «Agradeço sempre às palavras dos poetas, o impulso e a vontade que me faz dizê-las em voz alta,  publicamente,  para todos aqueles que partilham o mesmo gosto de as percorrer, sonhar e sentir  inquietação.
Amo a poesia e "invejo"  os poetas que tão magicamente trabalham as palavras, para que possamos ver e sentir o mundo de maneira diferente e especial. Emitir a voz poeticamente com a língua portuguesa é um prazer, simplesmente um prato cheio.»

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

MOSTRA.EXPOSIÇÕES

O GRITO: 20 ANOS NO TEATRO
EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
12 A 29 NOVEMBRO | TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO - SALA VIRGÍLIO MARTINHO
INAUGURAÇÃO | 12 NOVEMBRO | 22H30
PATENTE AO PÚBLICO NOS DIAS DA PROGRAMAÇÃO TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO

Após o espetáculo de abertura da 19ª edição da Mostra de Teatro de Almada, dia 12 de Novembro, às 22h30 horas, será inaugurada a exposição evocativa dos 20 anos de atividade d’O Grito, que ficará patente ao público na Sala Virgílio Martinho do Teatro-Estúdio António Assunção.
Esta exposição irá apresentar um significativo acervo documental, desde fotografias e material gráfico diverso até elementos de cenário, figurinos e adereços, bem como materiais multimédia. Aqui poderá conhecer as canções compostas para o primeiro espetáculo d’O Grito, “Espanta Pardais”, ou o funcionamento da “fogueira” onde “ardeu” a Feiticeira Cotovia. Um percurso de 20 anos no Teatro profusamente documentado que é também uma ocasião de encanto e descoberta.
Durante a inauguração desta exposição, será servido um Porto-de-Honra que assinalará a abertura oficial da edição de 2015 da Mostra de Teatro de Almada.

TWISTED SWAN
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE RODRIGO MIRAGAIA / NINHO DE VÍBORAS
21 A 28 NOVEMBRO | ESCOLA CONDE FERREIRA
INAUGURAÇÃO | 21 NOVEMBRO | 22H
PATENTE AO PÚBLICO NOS DIAS 22, 26, 27 E 28 NOVEMBRO DAS 19H ÀS 23H



A exposição apresenta fotografias captadas por Rodrigo Miragaia durante o tempo da construção da performance TWISTED SWAN, que o Ninho de Víboras estreia na Mostra. Algumas das imagens foram planeadas num processo paralelo, como experiências independentes, mas refletindo a mesma estrutura elíptica: umas são frames de filmes, montados emloop, outras fazem parte de uma projeção de slides, também em ciclo. São esboços sobre a existência frágil e a rutura do ser.



19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

Teatro na Gandaia
UMA TAL LISÍSTRATA
29 NOVEMBRO | DOMINGO | 22H00 | M/12 | 75’
AUDITÓRIO COSTA DA CAPARICA

Cansadas de uma guerra que já durava havia 20 anos, as mulheres de Atenas, de Esparta, da Beócia e de Corinto (cidades gregas mais duramente atingidas pelo conflito), chefiadas pela ateniense Lisístrata, decidiram pôr fim às hostilidades usando uma tática pouco ortodoxa: uma greve de sexo. Para melhor conseguirem o seu objetivo ocuparam a cidadela de Atenas – a Acrópole, e tomaram conta do Tesouro. Os maridos não resistiram à greve e assinaram um tratado de paz, depois de uma série de peripécias de grande efeito cómico apesar da ousadia dos detalhes.
Embora Lisístrata seja a mais licenciosa das comédias de Aristófanes, pela elevação dos sentimentos que animam a heroína, pela nobreza das intenções do comediógrafo e pelas suas próprias qualidades teatrais, a peça bem merece a fama de que até hoje desfruta em todas as plateias civilizadas. Vinte e quatro séculos de guerras tornaram-na cada vez mais atual e não diminuíram em nada o brilho da comédia e mesmo a espiritualidade que mal se dissimula por trás da crueza do argumento.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
A partir da comédia de Aristófanes
Adaptação: Rui Silvares
Encenação: Ana Nave
Música: João Carlos
Figurinos: Rafaela Mapril
Luz: Daniel Verdades
Grafismo: André Clemente
Interpretação: António Nobre, António Olaio, Arminda Santos, Carlos Dias Antunes, Elsa Viegas, João da Costa, João Rodrigues, José Balbino, Josefina Correia, Luísa Nápoles, Maria João Garcia, Marta Serra Silva, Mauro Gentile, Mava José, Pedro Gamboa, Ricardo Cardo, Rute Hugmenow, Sandra Fernandes, Tânia Ponte, Vasco Santos
Músicos: Mauro Gentil, João Carlos, Mava José
Execução de figurinos e cenário: Rafaela Mapril, Elsa Viegas, Ana Nave, Rui Silvares, João Carlos
Execução de cabeleiras: Luísa Nápoles, Sandra Fernandes
Responsável Guarda Roupa: Marta Serra Silva
Produção: Teatro na Gandaia

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

NNT - Novo Núcleo de Teatro
QUANDO É QUE VAMOS ONDE…
ESTREIA
29 NOVEMBRO | DOMINGO | 19H00 | M/12 | 60’
CINETEATRO DA ACADEMIA ALMADENSE



Este mundo nosso que voltou a tornar-se selvagem, devastado pela diferença é construído a socos…o peito endureceu e fico só assim…

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Encenação e dramaturgia: Susana Vidal
Produção e cenografia: Novo Núcleo Teatro
Intérpretes: Daniela Santos, Eduardo Foster da Silva, Gabriel Marcelino, Mariana Vilarigues, Mauro Soares, Melissa Grandvaux Vieira



19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

Artes e Engenhos
“DRAMAS DE PRINCESAS.A MORTE E A DONZELA”
ESTREIA
28 NOVEMBRO | SÁBADO | 21H30 | M/16 | 60’
TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE – SALA DE ENSAIOS
conversa com o público no final do espetáculo

Uma autobiografia de Jackie Kennedy, segundo Elfriede Jelinek, num video espectáculo com uma dedicatória a Rogério de Carvalho. Penteamos os estereótipos a contrapelo, inventamos uma história possível da encenação, lançamo-nos numa instalação-concerto de máquinas de falar. Ainda uma Princesa tem que, no fim, regressar ao sub-mundo? Apresentação da primeira parte do espectáculo a levar a público no Espaço Alkantara, em Dezembro próximo.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto: Elfriede Jelinek
Tradução: Anabela Mendes
Versão dramatúrgica, encenação e interpretação: Alexandre Pieroni Calado
Cocriação e Interpretação: Alexandra Viveiros, Gustavo Vargas, Paula Garcia,Sandra Hung, Sofia Dinger
Conceção plástica e espaço sonoro: João Ferro Martins
Realização vídeo: João Seiça
Comunicação e Produção: Marta Rema
Desenho de comunicação: Miguel Pacheco Gomes
Direção técnica: João Chicó
Assistência de Encenação: Simão Pamplona
Colaboração científica e artística: Anabela Mendes, Bruno Monteiro, João Brites, João Costa Dias, Rogério de Carvalho, Sara de Castro, Vera San Payo de Lemos
Financiamento: Governo de Portugal, Direcção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Almada, Almada, Fundação Calouste Gulbenkian
Parcerias: EGEAC, Festival Temps d’Images/DuplaCena, Alkantara, Teatro Municipal de Almada, Latoaria, Cinemateca Portuguesa, Goethe-Institut, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa, RTP/Rádio Antena 2

19ª Mostra de Teatro de Almada / 2015

Cénico da Incrível Almadense
“FULANA, SICRANA E BELTRANA”
27 NOVEMBRO | SEXTA | 21H30 | M/16 | 55’
INCRÍVEL ALMADENSE - SALÃO DE FESTAS

Após vinte anos, três amigas reencontram-se através de um site de relacionamento e resolvem marcar um encontro para saberem o que cada uma fez e faz da vida. Durante o encontro, elas acabam por descobrir que cada uma delas foi responsável, directa ou indirectamente, pelo fim do casamento uma da outra, criando entre elas, várias situações cómicas e constrangedoras.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autor: Paulo Sacaldassy
Encenação: Eugénia Conceição
Intérpretes: Margarida Cardoso dos Santos, Mara Martins, Ana Tavares
Cenografia: Francisco Dinis e Vitor Rosado
Figurinos: Ana Gonçalves
Caracterização: Ana Tavares
Operação de Luz: José Carlos Santos
Operação de som: Pedro Kuhn
Fotografia e Grafismo: Fernando Viana
Produção Executiva: CIA